Sub-tema 1: paradigmas e métodos
Seguindo a linha de pensamento apresentado pela maioria, relativamente à identificação dos três paradigmas (Paradigma Positivista, Paradigma Interpretativo, Paradigma Sociocrítico) apresento algumas citações que no meu ponto de vista complementam a visão geral emanada neste fórum, ainda que estas citações, incidam só, sobre a investigação/ abordagem qualitativa e quantitativa.
Um paradigma consiste num conjunto aberto de asserções, conceitos ou preposições logicamente relacionadas e que orientam o pensamento e a investigação.
Seja ou não explícita, toda a investigação se baseia numa orientação teórica. Os bons investigadores estão conscientes dos seus fundamentos teóricos, servindo-se deles para analisar os dados. [1]
As metodologias mais utilizadas na área da educação suportam-se na sua maioria em paradigmas quantitativos e qualitativos. O seu confronto para além de metodológico pode-se resumir a, numérico versus verbal. Na actualidade o objectivo é utilizar os dois paradigmas de forma a superar as divergências existentes entre eles e num modelo em que ambos se complementam contribuam para uma investigação forte e capaz de produzir conhecimento assim como resolver situações problemáticas. [1]
O positivismo de Augusto Comte fundamenta o paradigma quantitativo. Considera-se que existe uma realidade objectiva que o investigador tem de ser capaz de interpretar objectivamente. [1]
“Na investigação do tipo qualitativo os investigadores inspiram-se em métodos utilizados na investigação antropológica e etnográfica. As chamadas observações naturalistas, isto é, as que são realizadas pelo investigador no local onde decorre a investigação sem preocupações da sua parte em ser um observador neutro ou independente, são uma das técnicas chave da investigação qualitativa. Na investigada qualitativa os investigadores inspiram-se no método por excelência das chamadas ciências experimentais – o chamado método científico” [2]
O idealismo de Kant e seus sucessores está na base do paradigma qualitativo. Aqui não se considera a existência de uma só interpretação (objectiva) da realidade; pelo contrário admite-se que há tantas interpretações da realidade quanto os indivíduos (investigadores) que a procurem interpretar.[1]
“É frequente a abordagem qualitativa ser apresentada como contrastando com a qualitativa. Qualitativo normalmente o estudo é escrito depois de investigado o caso, os planos evoluem à medida que se adaptam ao ambiente, pessoas e outras fonte de dados, os quais são adquiridos através da observação directa. É o próprio estudo que estrutura a investigação.”[2]
A investigação qualitativa e os seus métodos são uma resposta às limitações reveladas pelos métodos quantitativos. Surgiu por parte dos investigadores em educação a necessidade de observar os sujeitos envolvidos na investigação, através de entrevistas registando assim as suas opiniões e as suas reacções.[2]
Uma das principais limitações da investigação quantitativa relaciona-se com o facto do investigador, ao lidar com seres humanos, ser incapaz de manipular ou controlar certos aspectos, nomeadamente a variável ou variáveis independentes. Por isso, a questão do controle é seguramente uma limitação deste método. [1]
Através de métodos estatísticos podem sintetizar-se dados referentes a uma amostra de grande dimensão e generalizar esses dados a toda a população. A possibilidade de generalizar resultados é, em boa medida, o objectivo principal da investigação quantitativa. [1]
A investigação qualitativa fornece informação acerca do ensino e da aprendizagem que de outra forma não se pode obter. Podem identificar-se variáveis relevantes para o estudo do ensino e da aprendizagem que não são detectadas através da utilização dos métodos típicos da investigação quantitativa. [1]
Bibliografia:
[1]http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi2/Fernandes.pdf
[2] BOGDAN, R. & BIKLEN, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação. Uma Introdução à Teoria e aos Métodos. Porto: Porto Editora.
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