MIE - Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia - Universidade Aberta 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tema 2 - Métodos de recolha de dados - 5ª parte

São três as questões de investigação:

1) O que pensam esses professores sobre as redes sociais a exemplo do Facebook, Myspace, Hi5, Twitter, etc?
2) Como é que vêm a sua (hipotética/real) participação numa rede social?
3) Que expectativas têm sobre o seu uso no ensino?

Entrevista proposta pelo grupo Metódicos

Tema 2 - Métodos de recolha de dados


Participação individual na wiki de grupo (Metódicos)
Análise em equipa sobre a utilização do questionário como método de recolha de dados

1 - Métodos quantitativos
Os métodos quantitativos são utilizados nas ciências sociais no âmbito da investigação empírica. Permitem recolher e tratar os dados/ informação de forma mensurável. As tabelas, as estatísticas e os gráficos, são exemplos de instrumentos utilizados nestes métodos para a apresentação dos resultados.
A medição é uma característica da pesquisa quantitativa que possibilita a interacção entre o que é empírico e a “expressão matemática das relações quantitativas”.
Na educação utilizam-se os métodos quantitativos juntamente com os métodos qualitativos. Esta associação contribui para uma maior compreensão dos fenómenos estudados.
O questionário é um dos instrumentos muito utilizados na investigação em educação que contribui para a “expressão precisa de ideias qualitativas” (1).

2 O questionário: conceito e enquadramento
Para Fortin (1999) o questionário é “um método de recolha de dados, junto dos indivíduos sobre factos, ideias, comportamentos, preferências, sentimentos, expectativas e atitudes”.
Este método exige uma resposta por escrito a questões que são colocadas aos sujeitos. Normalmente é preenchido sem assistência.” É um instrumento de medida que traduz os objectivos de um estudo com variáveis mensuráveis” Fortin (1999).

Para Pardal & Correia (1995), o questionário é um conjunto de questões estruturadas com o fim de obter dados das pessoas a quem se dirige. O questionário pode ser de administração directa quando é o próprio inquirido a registar as opções de resposta e de administração indirecta, quando é o próprio investigador (ou inquiridor) que preenche em função das respostas dadas pelo respondente.
O conteúdo do questionário deve incidir no objectivo e nas questões de investigação delineadas e deve abordar apenas os dados necessários.

3 - Elaboração do questionário
Na elaboração do questionário deve ter-se em consideração as seguintes etapas:

· Delimitar a informação pertinente a escolher - objectivos a que se destina e a entidade que o promove, neste caso o investigador(es); determinação da finalidade do questionário; constituição de categorias; precisão dos temas e dimensão; a extensão deve ter em atenção o público alvo, geralmente o seu preenchimento não deve ultrapassar 45 minutos, sob pena de os inquiridos dispersarem a sua atenção e concentração;

· Formular as questões - escolher o tipo de questões (escolha fixa, de resposta livre, de facto ou de opinião, directas ou indirectas (associativas ou projectivas) podendo ser misto); têm de ser claras e compreendidas pelos inquiridos, o vocabulário usado deve ser do conhecimento do inquirido e dominado pelo mesmo, não podem ser enviesadas; devem ter apenas uma ideia e não devem sugerir respostas desejáveis; não se deve incluir apenas duas questões numa só (double-barrelled questions), pois pode levar a respostas induzidas ou nem sempre relevantes, além de não ser possível determinar qual das “questões” foi respondida, aquando o tratamento da informação; devem ter frases curtas, não conter palavras de duplo sentido, nem expressões negativas nem serem tendenciosas; não devem ter repetições; nas mais sensíveis, de natureza ideológica, religiosa, política e outras, deve escrever-se um parágrafo introdutório para preparar o inquirido da mudança de plano, para mais íntimo;

· Sequenciar as questões e formatar - devem ser sequenciais; considerar que a ordem pode ter influência para quem responde; agrupar as questões relativas ao mesmo tema; colocar no início questões de âmbito geral e que suscitam maior interesse e depois as específicas; os dados biográficos dos inquiridos podem ser registados no início ou no fim do questionário; as primeiras questões devem ser simples e objectivas evoluindo à medida do questionário para questões mais íntimas e mais complexas; colocar no final as questões de resposta aberta; a disposição das questões e a apresentação devem ser tomadas em consideração (o aspecto gráfico deve ser cuidado quanto à estrutura e forma);

· Rever o esboço do questionário - aplicar o guia de revisão das questões; submeter a apreciação critica;

· Efectuar o pré-teste - testar através de um pré-teste a eficácia e pertinência do questionário junto de uma amostra que reflicta a população visada, antes de se aplicar o questionário. O objectivo do pré-teste consiste em determinar e corrigir, omissões e equívocos do questionário;

· Redigir a introdução e instruções - indicar o objectivo, o tempo requerido, os autores da investigação e as instruções de preenchimento.


Resumindo, o investigador na elaboração do questionário deverá respeitar os seguintes pontos:
Princípio da Neutralidade (libertar o inquirido do referencial de juízos de valor ou do preconceito do próprio autor).
Princípio da Coerência (respostas coerentes com intenção da própria pergunta);

Princípio da Clareza (questões claras, concisas e unívocas);


4 - Tipos de questões
O questionário pode apresentar diversos níveis de estruturação: com questões fechadas em que o indivíduo é submetido a escolhas de respostas possíveis; e com questões abertas que possibilitam aos indivíduos darem as suas respostas.
4 .1 Questões fechadas
O inquirido apenas pode assinalar a resposta(s) perante as várias opções que lhe são apresentadas. Deste modo, o inquirido terá de identificar a resposta que pretende dar, dentro as opções facultadas.

Categorias :
• Questões de resposta única;
• Questões de resposta múltipla;
• Questões de escala.
As questões de resposta fechada têm a vantagem do tratamento dos resultados ser facilitado pela codificação e normalização da informação. A limitação de um questionário que apenas seja formado por questões fechadas é a pouca profundidade da informação.

4. 2 Questões abertas
Neste tipo de questões não há qualquer limitação às respostas a dar pelos inquiridos: estes respondem livremente à questão. O tratamento de informação é mais difícil, mas os dados obtidos são mais completos, uma vez que revelam os motivos da tomada de posição dos inquiridos.

4.3 Questões semiabertas
Numa questão semiaberta, estão envolvidas o tipo de resposta fechada e aberta, decorrentes de questões fechadas e questões abertas, respectivamente.


5 - Escalas
Através da utilização de escalas é possível medir aspectos como atitudes ou opiniões do público-alvo. Existem quatro tipos de escalas: de Likert , Visual Analogue Scales (VAS) , Numérica e de Guttman .
A escala de Likert é do tipo de resposta psicométrica e é a escala mais usada em pesquisas de opinião.

O formato típico de um item Likert é:

Não concordo totalmente
Não concordo parcialmente
Indiferente
Concordo parcialmente
Concordo totalmente
Visual Analogue Scales (VAS )

Este tipo de escala baseia-se numa linha horizontal com 10 cm:
A sua apreciação geral sobre o produto

Péssimo ____________________________X_____Excelente.

O inquirido deve responder à questão assinalando na linha a posição que corresponde à sua opinião.


A escala Numérica deriva da escala anterior na qual a linha se apresenta dividida em intervalos regulares:
PéssimoI ____I_____I_____I_____I_____I_____I Excelente
A escala de Guttman é formada por um conjunto de respostas que estão hierarquizadas. Deste modo se um inquirido concordar com uma das opções está a concordar com todas as que se encontram numa posição inferior na escala.


6 – Vantagens, desvantagens e limitações

Vantagens

· Proporciona o conhecimento de vários parâmetros de uma dada população;

· Possibilita quantificar uma multiplicidade de dados e proceder a numerosas análises de correlação;

· Garante o anonimato das respostas;

· Admite que os inquiridos respondam no momento que consideram mais oportuno;

· Possibilita uma maior sistematização dos resultados obtidos e facilidade de análise;

· Não é muito dispendioso;

· Não requer muita habilidade de quem o aplica;

· Possibilita uma “relação” impessoal;

· Tem uma apresentação uniformizada (ordem igual para todos os sujeitos, as mesmas instruções…);


Desvantagens

· Representatividade da população com a definição da amostra;

· Pode ter custos elevados;

· Indivíduo tratado como unidade estatística (perda das relações sociais entre os inquiridos);

· Pequena percentagem de questionários correctamente/completamente preenchidos; taxa elevada de dados em falta;

· Índice de devolução baixo; fraca taxa de respostas;

· Aplicação depende das habilitações literárias dos inquiridos;

· Dificuldade na concepção.


7 - Análise dos dados
Nesta fase procede-se à codificação das respostas, ao tratamento dos dados através da Análise_Quantitativa e/ou Análise_Qualitativa para de seguida se proceder à elaboração das conclusões.
Bibliografia
(1) A pesquisa quantitativa [online] . Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Quantitative_research e em http://en.wikipedia.org/wiki/Quantitative_method . Consultado em Novembro de 2010.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Question%C3%A1rio. Consultado em Novembro de 2010. Almeida, J. F.(1994). Introdução à Sociologia, Universidade Aberta, Lisboa.
Carmo, H. & Ferreira, M. (1998). Metodologia da Investigação - Guia para Auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta.

Fortin, M. (1999), O processo de Investigação, Lusociência
Quivy, R.& Campenhoudt, L. (1992). Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva.
Rojas, R. O. (2001), El Cuestionario; [online] Disponível em http://www.nodo50.org/sindpitagoras/Likert.htm (consultado em 2 de Abril)

Tema 2 - Métodos de recolha de dados



Participação individual no Fórum da Uc

Tema: Métodos quantitativos de recolha de dados (2ª participação)


Os objectivos da investigação quantitativa consistem basicamente em encontrar relações entre variáveis, fazer descrições recorrendo ao tratamento estatístico dos dados recolhidos e testar teorias. Os métodos quantitativos baseiam-se na utilização de instrumentos estruturados, estes fornecem respostas que podem ser quantificáveis e expressas numericamente. As tabelas, as estatísticas e os gráficos, são exemplos de instrumentos utilizados nestes métodos para a apresentação dos resultados. A sua principal vantagem reside na sua capacidade de agilização do processo de interpretação e análise, contudo requerem uma maior cobertura na sua aplicação.

Numa investigação existe frequentemente a necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. Para tal utilizam-se: testes, questionários, guiões de entrevistas e grelhas de observação de comportamentos não verbais.

Apresento sucintamente alguns métodos de recolha de dados:
- Estudos por observação: podendo ser participante, não participante, estruturada ou não, antes de ser iniciada, precisa de uma verificação do lugar e reflexão sobre os fenómenos a serem registados. A amostra pode ser maior a baixo custo e podem ser estudados comportamentos não verbais.

- Análise de conteúdo de dados documentais : nesta técnica há que ter especial cuidado à acessibilidade e confidencialidade dos documentos, que poderá impedir o seu acesso. Estes documentos podem ser fontes oficiais, fotografias ou cartas ou obras já elaboradas como livros ou monografias.

- Entrevistas : quando feitas pessoalmente permitem uma adaptação e mudança em face do contexto. Podem também facilmente ser esclarecidas dúvidas. É necessário ter um plano para a entrevista para que no momento em que ela estiver a ser, realizada as informações necessárias não deixem de ser colhidas.

- Inquéritos: trata-se de um conjunto de questões pré-formuladas. Deve ser utilizado quando o investigador sabe exactamente de que informações precisa ou quando é utilizado um universo alargado de inqueridos. A informação é obtida facilmente e é facilmente codificada.

Questionário: é um instrumento de investigação basea-se geralmente na inquisição de um grupo representativo da população em estudo. Para tal, colocam-se uma série de questões que abrangem um tema de interesse para os investigadores, não havendo interacção directa entre estes e os inquiridos.

Bibliografia:
Bodgan. R., Biklen. S.(1994). Investigação Qualitativa em Educação – Uma Introdução À Teoria E Aos Métodos. Porto: Porto Editora.
Azevedo, Carlos et al (1998). Metodologia Científica: Contributos práticos para a elaboração de trabalhos académicos. Ed.C. Azevedo
http://en.wikipedia.org/wiki/Quantitative_research . Consultado a 18 de Novembro de 2010.
http://en.wikipedia.org/wiki/Quantitative_method . Consultado a 18 de Novembro de 2010.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inqu%C3%A9rito_estat%C3%ADstico. Consultado a 18 de Novembro de 2010.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tema 2 - Métodos de recolha de dados

Participação individual no Fórum da Uc

Tema: Métodos quantitativos de recolha de dados (1ª participação)


Pegando na introdução da Margarida a um dos métodos quantitativos mais utilizado, o questionário, apresento algumas das suas vantagens e desvantagens.

Para Pardal & Correia (1995), o questionário é um conjunto de questões estruturadas com o fim de obter dados das pessoas a quem se dirige. O questionário pode ser de administração directa quando é o próprio inquirido a registar as opções de resposta e de administração indirecta, quando é o próprio investigador que preenche em função das respostas dadas pelo respondente.
«É muito fácil elaborar um questionário mas não é fácil elaborar um bom questionário» (Hill e Hill, 2000).

Vantagens:

- Sistematização;
- Maior simplicidade de análise;
- Maior rapidez na recolha e análise de dados: pode ser aplicado a um maior número de pessoas e em menos tempo;
- A análise pode ser automatizada;
- Permite que as pessoas respondam no momento que lhes pareça mais adequado;
- Garante o anonimato das respostas;
- Não expõe os investigados à influência do investigador.

Desvantagens:
- Dificuldades de concepção;
- Não é aplicável a toda a população: exclui, por exemplo, a participação de pessoas analfabetas;
- Indivíduo tratado como unidade estatística (perda das relações sociais entre os inquiridos);
- Impossibilidade de acrescentar dados suplementares;
- Impossibilidade de ajudar no caso de haver dúvidas por parte do inquirido;
- Não oferece garantia de que a os inquiridos o devolvam totalmente preenchido;


Bibliografia:
Bodgan. R., Biklen. S.(1994). Investigação Qualitativa em Educação – Uma Introdução À Teoria E Aos Métodos. Porto: Porto Editora.
Azevedo, Carlos et al (1998). Metodologia Científica: Contributos práticos para a elaboração de trabalhos académicos. Ed.C. Azevedo
http://en.wikipedia.org/wiki/Quantitative_research . Consultado a 18 Novembro de 2010.
http://en.wikipedia.org/wiki/Quantitative_method . Consultado a 18 Novembro de 2010.

Tema 2 - Métodos de recolha de dados

Participação individual no Fórum da Uc

Análise da dissertação (Neto, C. (2006). O papel da internet no processo de construção do conhecimento) com a utilização do questionário


1- A autora apresenta claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
A autora apresenta distintamente os objectivos do estudo. Na página 13, são mencionados os objectivos gerais e nas páginas 64 e 65, são explicados os objectivos do estudo. No entanto não consta no estudo a indicação das etapas inerentes à elaboração do questionário.

2- Na dissertação apresentada há indicação dos passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
Não é definido explicitamente, a relação/ cruzamento entre cada item do questionário e os objectivos visados. A informação fornecida remete-nos apenas para o tipo de questionários a aplicar, constituídos por perguntas fechadas e por questões de escolha múltipla, (página 66).

3- A amostra é claramente identificada?
A amostra resulta de uma população constituída por dois grupos de sujeitos: alunos do 3º CEB (350 inquéritos aplicados) e professores (110 inqueridos aplicados), sendo também referido a área de estudo/ investigação (escolas da DREN, do distrito do Porto e Bragança). Desta forma considero que a amostra é claramente identificada, como se verifica no ponto 3 (páginas 65 e 66).

4- É indicado o método usado na definição da amostra?
Sim. "O critério de selecção das escolas foi a existência de professores aí colocados que mostraram interesse em colaborar na aplicação dos inquéritos junto dos alunos e colegas, bem como a presença de computadores ligados à Internet para uso dos alunos" (pág. 65). A autora define uma amostra não probabilística de conveniência, fazendo a selecção com base em critérios próprios relacionados com a investigação.

5- O questionário usado foi objecto de validação prévia?
O objectivo do pré-teste consiste em determinar e corrigir, omissões e equívocos do questionário. Deve-se testar através de um pré-teste a eficácia e pertinência do questionário junto de uma amostra que reflicta a população visada, antes de se aplicar o questionário.
Existiu uma validação prévia, como consta na página 66 (foi elaborada uma primeira versão e submetida à apreciação de 20 alunos e 10 professores), desse trabalho resultaram algumas reformulações na redacção das questões.

6- No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?
A investigadora informa na sua tese (página 67), como procedeu ao tratamento dos dados. "os dados foram tratados e analisados tendo em vista os objectivos de investigação previamente definidos. Para análise estatística recorreu-se ao programa de computador Excel, sendo os resultados apresentados, sempre que útil, na sua perspectiva percentual".