Questões a reflectir:
- cuidados a ter durante a realização da entrevista
- como ultrapassar entrevistados pouco cooperantes ou muito divergentes
- dificuldades em estabelecer/rever as categorias de análise
- como garantir que não estamos a sobrepor a nossa "voz" à dos entrevistados qd fazemos a análise
Participação individual no Fórum da Uc (1ª Participação)
Este comentário pretende iniciar o debate sobre o ponto “dificuldades em estabelecer/rever as categorias de análise” proposto pelo professor Luís Tinoca.
Segundo Robert Bogdan e Sari Bilken, a análise da documentação é ajustada em função das perspectivas e posições teóricas do investigador e pelas ideias que este partilha acerca do assunto. “Contudo, isto não implica que a análise surja exclusivamente a partir dos dados e não das perspectivas que o investigador possui. Pois são os valores sociais e as maneiras de dar sentido ao mundo que podem influenciar quais os processos, actividades, acontecimentos e perspectivas que os investigadores consideram suficientemente importantes para codificar.”
Desta forma, as diferentes perspectivas teóricas dos investigadores modelam a forma como abordam, consideram e dão sentido aos dados. “Ao desenvolver códigos procure as palavras e frases que os sujeitos utilizam e que não lhe sejam familiares, ou que são utilizadas de uma forma a que não está habituado. Este vocabulário especial pode indicar aspectos do meio que possam ser importante explorar. Se as frases não constituírem por si só categorias de codificação, destaque palavras específicas e tente agrupá-las dentro de um código genérico.”
Surge assim, a dificuldade acrescida em estabelecer categorias e sub-categorias consensuais entre diferentes investigadores, quando são analisados documentos comuns, traduzindo-se em codificações diferentes. “A sua primeira tentativa para atribuir as categorias de codificação aos dados é na realidade um teste da viabilidade das categorias que criou. As categorias de codificação podem ser modificadas, podem-se desenvolver novas categorias, e as categorias anteriores podem ser abandonadas durante este teste. É importante reconhecer que você não está a tentar arranjar o sistema de codificação certo, ou mesmo o melhor. O que está certo ou o que é melhor difere de acordo com os seus objectivos.”
Bibliografia
Bogdan, R; Biklen, S. (1994): Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora
Participação individual no Fórum da Uc (2ª Participação)
este comentário pretende enriquecer o debate relativo ao ponto já iniciado “ultrapassar entrevistados pouco cooperantes ou muito divergentes” proposto pelo professor Luís Tinoca.
Segundo Robert Bogdan e Sari Bilken, a maior parte das entrevistas começa com uma conversa banal, procurando encontrar um interesse uma oportunidade de forma a começar a construção de uma relação.
Relativamente ao primeiro tipo de entrevistados (pouco cooperantes) Robert Bogdan e Sari Bilken indicam que compete ao entrevistador criar um ambiente estimulante, quebrando a barreira inicial existente entre as posições assumidas. “As boas entrevistas caracterizam-se pelo facto dos sujeitos estarem à vontade e falarem livremente sobre os seus pontos de vista. As boas entrevistas produzem uma riqueza de dados, recheados de palavras que revelam a perspectiva dos respondentes. As transcrições estão repletas de detalhes e de exemplos.”
Deve-se igualmente encorajar e apoiar o entrevistado, quando este transparece insegurança e apreensividade. “Faça perguntas, não com o intuito de desafiar, mas sim de clarificar. Se não conseguir compreender, encare o defeito como seu. Assuma que o problema não reside na falta de sentido do que o sujeito está a dizer, mas que reside em si, que não conseguiu compreender. Volte atrás oiça e pense um pouco mais.”
“Pode explicar melhor? O entrevistador estimula também o entrevistado a ser específico, pedindo-lhe para ilustrar alguns dos aspectos que mencionou.”
A situação descrita anteriormente, é contrariada quando o entrevistado está tão à vontade que se torna divergente nas suas respostas, ocorrendo mais facilmente quando as entrevistas são abertas. O Entrevistador deve tentar conduzir as respostas do entrevistado, no sentido que o primeiro considera correcto, caso contrário o processo de transcrição e análise de dados torna-se uma árdua e desesperante tarefa.
“As boas entrevistas revelam paciência. Se não souber porque é que os sujeitos responderam de uma determinada maneira, terá de esperar para encontrar a explicação total. Os entrevistadores têm de ser detectives, reunindo partes das conversas, histórias pessoais e experiências, numa tentativa de compreender a perspectiva pessoal do sujeito.”
“Embora se possa aprender mais com umas entrevistas do que com outras, e embora não se possa usufruir da mesma intensidade com toda as pessoas entrevistadas, mesmo uma má entrevista pode proporcionar informação útil.”
Bibliografia
Bogdan, R; Biklen, S. (1994): Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora
Segundo Robert Bogdan e Sari Bilken, a maior parte das entrevistas começa com uma conversa banal, procurando encontrar um interesse uma oportunidade de forma a começar a construção de uma relação.
Relativamente ao primeiro tipo de entrevistados (pouco cooperantes) Robert Bogdan e Sari Bilken indicam que compete ao entrevistador criar um ambiente estimulante, quebrando a barreira inicial existente entre as posições assumidas. “As boas entrevistas caracterizam-se pelo facto dos sujeitos estarem à vontade e falarem livremente sobre os seus pontos de vista. As boas entrevistas produzem uma riqueza de dados, recheados de palavras que revelam a perspectiva dos respondentes. As transcrições estão repletas de detalhes e de exemplos.”
Deve-se igualmente encorajar e apoiar o entrevistado, quando este transparece insegurança e apreensividade. “Faça perguntas, não com o intuito de desafiar, mas sim de clarificar. Se não conseguir compreender, encare o defeito como seu. Assuma que o problema não reside na falta de sentido do que o sujeito está a dizer, mas que reside em si, que não conseguiu compreender. Volte atrás oiça e pense um pouco mais.”
“Pode explicar melhor? O entrevistador estimula também o entrevistado a ser específico, pedindo-lhe para ilustrar alguns dos aspectos que mencionou.”
A situação descrita anteriormente, é contrariada quando o entrevistado está tão à vontade que se torna divergente nas suas respostas, ocorrendo mais facilmente quando as entrevistas são abertas. O Entrevistador deve tentar conduzir as respostas do entrevistado, no sentido que o primeiro considera correcto, caso contrário o processo de transcrição e análise de dados torna-se uma árdua e desesperante tarefa.
“As boas entrevistas revelam paciência. Se não souber porque é que os sujeitos responderam de uma determinada maneira, terá de esperar para encontrar a explicação total. Os entrevistadores têm de ser detectives, reunindo partes das conversas, histórias pessoais e experiências, numa tentativa de compreender a perspectiva pessoal do sujeito.”
“Embora se possa aprender mais com umas entrevistas do que com outras, e embora não se possa usufruir da mesma intensidade com toda as pessoas entrevistadas, mesmo uma má entrevista pode proporcionar informação útil.”
Bibliografia
Bogdan, R; Biklen, S. (1994): Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora
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